3/8
A ligação entre Orleans e Tours foi um bocado ruim! Para começar caíram aguaceiros carregados durante a noite, e o sono já não foi tão reparador! Depois o desconforto de guardar a tenda encharcada, sabendo que, na noite seguinte, ela vai estar toda molhada!
O caminho, apesar de muito bonito, sem dúvida, foi pesadote! Felizmente deixou de chover por essas 10 da manhã, mas um vento forte teimou em contrariar a fluidez do andamento. Por fim, a duração do percurso – iniciei o dia pelas quase 7 horas da manhã e pousei a bicicleta pelas 20 horas e qualquer coisa!! Rapidamente tive de fazer o chek-in no parque e correr para o banho, para apanhar o único restaurante da terra ainda aberto, onde (qe ue bem que me soube) comi um retemperador jantar! 🙂
Assim, só pelas 10 horas da noite fui montar a tenda, e, claro, molhada e desconfortável!! :/Andei por ali a fazer tempo para poder por as coisas lá dentro, e cansado e dorido como estava, não foi fácil!! Mas enfim, valeu a beleza natural do percurso e a descoberta de um património mundial que vale claramente a classificação que possui! 🙂
Estou a falar de uma região(?), um vale com cerca de 800 km de comprimento, e que, ao longo de todo o seu percurso, possui, para além da placidez e quietude das paisagens de rio e das localidades por ele atravessadas, um imenso e muito bem conservado património monumental: castelos, igrejas, catedrais, bairros da idade média, zonas históricas muito bem conseguidas, passeios fluviais…enfim…por essas e por outras andei (que nem um tonto) o dia todo para a esquerda e para a direita, tentando gozar mais isto e aquilo…Acho que fiz mais de 160 km!!!! 🙂
Reuni algumas fotos que, apesar de poucas, espero que ajudem a dar uma ideia dos sítios por onde passei hoje!
4/8
Alvorada pelas 5h30, apesar do cansaço e vontade de dormir mais um pouco 🙂
Fiz cerca de 120 km, metade dos quais ao longo da margem do rio, e a outra metade, já iniciando a descida para a costa francesa, aproximando o pecurso do destino final.
Se puder, voltarei aqui outra vez, para conhecer melhor e gozar mais este fantástico território francês.
Amanheceu um dia sossegado, sem vento nem chuva. A tenda já bem seca (finalmente!). Dormi toda a noite com a tenda aberta, para sair o cheiro a mofo, e ajudar a secar. Confesso que o cansaço era de tal ordem, que pouco me incomodou! Deitei-me pelas 11h30 e devo ter pegado no sono de imediato… e foi até de manhã, ao toque do despertador. 🙂
Da viagem, o mesmo comentário do dia anterior… fica o prazer do que foi apreciado, e a frustração de não haver tempo para mais! Chegado ao destino pelas 15 horas, moídinho de todo, pelo acumulado do dia anterior com os 120 km deste dia, tive a satisfação de encontrar um camping simpático, cheio de ingleses e explorado por ingleses, com uma cerveja bem gelada…hummmmm! 😀
Na aldeia, Airvault, 9 km abaixo de Thouars, cidade destino escolhida na rota, havia hoje uma feira de produtos locais. Uma espécie de feira das freguesias (para quem conhece a da Covilhã), com um mercado de produtos agrícolas, vinícolas e artesanais.
Acabei por conhecer um velhote simático, que me acompanhou até ao local da feira, e, toca de passear stand a stand, provando aqui um ou outro queijo, ali, um chourição e algumas fatias de carne fumada, acolá mais umas coisinhas, e por ali jantei principescamente, acompanhado de uma garrafa de vinho de 50cc. Muito agradável!
Às tantas, aparece o velhote que me aprersenta o Patrick Jacq, um jornalista mais sessentão que cinquentão, (esse já eu sou e sou mais novo), que queria entrevistar um estrangeiro, e assim tive direito a fotografia e gravação, para o Courrier de L´Ouest!!!
E assim terminou mais um dia…cansado, mas consolado. De bariguinha composta e com optima disposição! Amanhã, destino Niort, um percurso curto, cerca de 80 km,… mais curto porque hoje já andei mais alguns kms do que o previsto…
PS – Hoje (5/8), para minha surpresa, recebi um simpático e-mail do Patrick, jornalista, que esteve a visitar o blog e está curioso para saber as minhas impressões da feira! A foto e o artigo foram já enviados para o Courier de l’Ouest, pelo que vou ficar famoso por estas bandas eheheh assim que tiver uma digitalização, disponibilizo! 🙂
5/8
Sem incidentes de maior, os cerca de 85 km que me separavam do Parque de Campismo de Coulon, (cerca de 15 km abaixo do termo de etapa definido, Niort), decorreram com normalidade. Alguma chuva, um ou outro aguaceiro, a roupa que seca no corpo por duas ou três vezes, e antes das 13 horas já estava no destino. Tarde para reorganizar e descansar!!
Coulon é chamada a Veneza francesa, porque está rodeada por diversos canais, de um rio muito verde, a água tem um tom verde escuro, e toda a vegetação envolvente é também muito verdejante. Faz lembrar um pouco a vegetação da Serra do Buçaco, ou mesmo a Serra de Sintra.
A cidade em si, (não sei bem se cidade, se vila), é considerada um local francês distinto, está muito bem conservada, e tem um aspecto acolhedor.
Tem uma “promenade” muito simpática, ao longo do rio, de onde partem múltiplas “chatas / chalupas”, não sei bem como lhes chamar, algumas de maior dimensão que outras, mas todas pequenas! São uma espécie de barcos de fundo chato, muito simples, rectangulares, que, à laia das Gôndolas venezianas, fazem passieos pelos diversos canais “envolventes” da cidade.
Muito turístico, mas mantendo a placidez característica desta zona, com um rio que no canal mais largo terá praí uns 15 m de largura, nos mais estreitos praí uns 5 metros, em que as águas estão quase paradas, reflectindo e espelhando as margens, a vegetação e o céu. Por este envolvimento, o nome do parque, “Camping La Venise verte”.
Amanhã, cerca de 100 km até ao mar! Le Verdon sur Mer, destino final, numa pacata aldeia bretã, que precede o percurso até Bordéus. Segue-se um dia de descanso, momento que vai ser aproveitado para reemperar forças, verificar e fazer a manutenção da bike, esperemos que com Sol, ou pelo menos, sem chuva! 🙂
Seguem as fotos da praxe! Abraços e beijinhos,
João
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